Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Mais de 65 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O número é um dos maiores dos últimos 25 anos.
Destas, 386 estão atualmente à espera de um coração, de acordo com a última atualização no site do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) feita na quarta-feira (16).
E o apresentador Fausto Silva irá se juntar a eles. No fim de semana, após duas semanas de internação, o quadro de insuficiência cardíaca dele se agravou, e o hospital anunciou que ele vai precisar de um transplante de coração.
Embora a fila por um coração seja menor, a situação é mais delicada porque:
O médico Paulo Pego Fernandes explica que o tempo de espera pode variar de 2 a 18 meses, dependendo da gravidade do paciente e da compatibilidade entre doador e receptor.
Segundo Pego, a fila respeita a ordem cronológica, mas é feito um cruzamento com uma lista de prioridades, que faz com que pacientes, ainda que tenham entrado depois, passem na frente. Pacientes internados, com suporte para o coração e outros órgãos são priorizados.
Internado há mais de duas semanas, o apresentador Faustão está, segundo o hospital Albert Einstein, sob cuidados intensivos, dependente de diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração.
Segundo a ABTO, no ano passado, no estado de São Paulo, 214 entraram na fila de espera por um coração, mas 43 morreram antes do transplante – uma taxa de mortalidade de 20%.
No Brasil, das 432 pessoas que entraram na fila de um coração novo, 105 (24%) morreram antes de receber o transplante.
Desde a pandemia, o país enfrenta uma situação crítica na área de transplantes. Levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), que monitora a lista desde 1998, aponta que, pela primeira vez na série histórica, foi superada a marca das 50 mil pessoas.
O presidente da ABTO, Gustavo Ferreira, médico especialista em transplante, explica que a situação é reflexo da recusa das famílias na decisão de doação e alerta que o número só cresceu na pandemia.
O que diz a lei no Brasil: De acordo com a legislação brasileira, mesmo com a decisão da pessoa de doar os órgãos, em caso de morte, a palavra final é da família, ou seja, não é possível garantir efetivamente a vontade do doador.
Antes da pandemia, segundo a ABTO, a recusa era de 40% e, após a pandemia, chegou a 50%.