Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Menu

A música do Ken? Como ‘Push’ do Matchbox Twenty virou chacota no filme ‘Barbie’ como hino misógino

Música da banda americana é tema do boneco, mas Rob Thomas, vocalista e letrista, já disse estar acostumado com zoeiras deste tipo. Relembre história de hit pós-grunge boy lixo.

Uma das cenas mais engraçadas do filme “Barbie” é quando Ryan Gosling entrega uma performance emocionada de “Push”, sucesso do quarteto americano Matchbox Twenty lançado em 1996. Mas como um hit do rock pós-grunge mauricinho romântico virou “a música do Ken”? O que explica “Push” ter se tornado chacota como tema misógino do famoso boneco?

Na segunda metade dos anos 90, o Matchbox Twenty surgiu na cena de bandas da versão mais comercial e comportada do som feito por Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden. O Matchbox se apoiava no charme e nas letras de Rob Thomas, com cabelos tão bem aparados quanto as guitarras da banda.

Rob falava sobre o passado alcóolatra da mãe (“3AM”), sobre ter superpoderes (“Real World”) e, o que nos interessa, sobre uma relação tóxica vivida com uma ex-namorada (“Push”). Essas três músicas foram megahits em rádios americanas, mas Rob só virou um popstar mundial quando escreveu e gravou “Smooth”, em parceria com Santana, em 1999.

Diferentemente de outras bandas deste rock alternativo (mas nem tanto), o Matchbox não emplacou fora de seu país: vendeu impressionantes 12 milhões de cópias do álbum de estreia só nos Estados Unidos. Fora dele, não foi muito além de 1 milhão. No Brasil, passou longe do estouro de Creed, Nickelback e similares. O show no Rock in Rio 2013 para poucos fãs comprovou isso.

Com 51 anos de vida, 24 de casado e 33 de carreira, Rob Thomas aceitou com tranquilidade trocar um bom dinheiro por uma boa zoação. No filme, “Push” é a música preferida de Ken. Um exército de bonecos empunha violões em uma serenata em looping para “homenagear” as Barbies. Os Kens amam cavalos, patriarcado, “O Poderoso Chefão”, mansplaining e… Matchbox Twenty.

O quarteto formado em Orlando, no estado americano da Flórida, sempre conviveu com críticas sobre o som manso e a letra agressiva deste hit pós-grunge boy lixo. Na época do lançamento, “Push” foi acusada de glamourizar a violência doméstica. A letra narra uma relação abusiva em que o eu-lírico questiona se é de fato amado.

“Eu quero te empurrar / E eu vou, e eu vou”, canta Rob no refrão de “Push”. Ele assumiu parte da culpa e disse que várias músicas dos anos 90 eram “problemáticas” e cheias de “angústia pré-fabricada”. “Eu tinha 20 e poucos anos. Nem sabia sobre o que estava escrevendo.”

Rob compôs a música em uma noite, em um estúdio em Nova York, ao lado do então produtor da banda, Matt Serletic. A música mais famosa produzida por Serletic é “I Don’t Want to Miss a Thing”, que o Aerosmith gravou para a trilha do filme “Armageddon” (1998).

Por que Rob aceitou virar chacota?

Voltando ao filme da vez, Rob foi perguntado pelo jornal “USA Today” sobre o uso de “Push” em “Barbie”. “Eu achei a cena hilária”, respondeu o cantor. Ele lembrou que no filme “Teenagers: As Apimentadas” (2000), a personagem da atriz Kirsten Dunst tem um namorado idiota. Claro, ele era fã de Matchbox Twenty.

“Houve todo um período durante os anos 90 em que quanto mais bem-sucedidos éramos, mais fomos nos tornando um alvo fácil.”

Acostumado com tanta zoeira, ele recebeu a ligação sobre “Barbie”, escutou a descrição do contexto da cena e topou na hora. “Aceitei sabendo que seria o alvo da piada. Já criei uma casca para isso.” Ele disse ter um crush pela diretora Greta Gerwig, o que pode ter ajudado a dizer “sim”.

A cineasta e roteirista já contou que era fã de Matchbox Twenty quando tinha 13 anos, mas repensou o significado da letra quando estava na faculdade. Mal sabia que aquela música controversa cantada por um dos galãs de sua adolescência viraria peça-chave de seu filme mais conhecido.

Fonte: G1

Deixe seu comentário: