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Calendário da Superlua: entidades ‘brigam’ sobre critérios e maioria crava só duas datas neste ano

A lua vista no céu nesta segunda-feira (3) é alvo de divergências de classificação, já que diferentes entidades consideram critérios distintos para determinar se tivemos uma “superlua” ou apenas uma clássica lua cheia.

Entenda os principais pontos da polêmica:

  • A expressão “superlua” não é uma definição astronômica oficial e, por isso, seus critérios de classificação não são consensuais;
  • O departamento da NASA que consolida informações sobre a Lua (o Nasa Science Earth’s Moon) considerou a lua cheia desta segunda como uma superlua;
  • O Observatório Nacional do Brasil (ON) e o Observatório Real de Greenwich, referências mundiais na astronomia, não aplicaram o status de superlua;
  • Uma superlua ocorre quando a lua cheia acontece próxima ao perigeu (quando ela está mais próxima da Terra);
  • Mas quão próximo? Para a maioria das entidades, a distância terá que ser abaixo de 360 mil quilômetros;
  • As próximas superluas, de acordo com o Observatório Nacional do Brasil, serão em 1º e 30 de agosto.

Origem do apelido ‘superlua’

O motivo dessa divergência tem uma explicação: a expressão “superlua” não tem exatamente uma definição astronômica. Um astrólogo inventou essa palavra, que ficou famosa. Foi o Richard Nolle, em 1979.

Por causa disso, alguns sites de astronomia começaram a usá-la. No entanto, como esse não é um conceito importante para o campo, sua definição não é aceita por todos e seus critérios de classificação não são um consenso.

“Diferentes tipos de cálculos são feitos dependendo da proximidade [da Lua]. Mas o Observatório Nacional não reconhece que a lua cheia de hoje tenha sido uma superlua. As próximas serão dia 1º e 31 de agosto”, explica Josina Nascimento, chefe de divisão do ON.

Superluas x luas cheias: qual então o critério?

Tecnicamente, o ponto em que a Lua está “cheia” dura apenas um instante. Hoje isso foi perto das 8h da manhã no horário de Brasília, ainda segundo o Observatório Nacional.

A olho nu, porém, a Lua pode parecer cheia por mais de três dias consecutivos. Por isso, mesmo estando na fase de Minguante Gibosa, a Lua deve aparecer “cheia” até essa próxima terça.

Já uma “superlua” ocorre quando a lua cheia acontece próxima ao perigeu (quando ela está mais próxima da Terra), o que resulta em uma lua cheia ligeiramente maior e mais brilhante do que as demais.

“Se a lua cheia ocorre próximo ao perigeu, ela é chamada de superlua. O quão próximo depende da órbita que a Lua segue naquele momento, mas em termos gerais irá equivaler a uma distância menor do que 360.000 km da Terra”, explica Helio J. Rocha-Pinto, diretor do Observatório do Valongo da UFRJ.

Esse período é chamado de perigeu porque o nosso satélite natural aparece no céu cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que no apogeu (microlua) – quando está mais distante.

Assim, nem toda lua cheia é considerada uma superlua.

Segundo o calendário astronômico do Observatório do Valongo, o Observatório Nacional e o Observatório Real de Greenwich, por exemplo, teremos duas superluas em 2023:

  • 🌕 Uma em 1º de agosto
  • 🌕 E outra no dia 30 de agosto (também conhecida como Lua Azul)

g1 leva em conta a classificação do Observatório Nacional. Nosso calendário astronômico, publicado no começo do ano, já indicava essas duas datas.

Em nota, o Greenwich explicou ainda que os astrônomos do observatório levam em conta o mesmo critério de classificação: os tais 360 mil km.

Fora isso, um dos principais sites de referência nessa área é o timeanddate.com, que também utiliza o mesmo sistema: teremos uma superlua se, no momento exato da Lua cheia, a Lua estiver a menos de 360.000 km do centro da Terra.

“Um determinado site pode usar uma distância mais restritiva, algo como distância menor do que 357.000 km à Terra. Por isso irá classificar menos eventos de lua cheia como superluas”, acrescenta Rocha-Pinto.

Na postagem anunciando a “superlua” desta terça, a Nasa não informou seus critérios de classificação. O g1 questionou a agência sobre o assunto, mas ainda não obteve resposta.

“Não há uma distância formal de corte que a lua precisa estar da Terra para ser classificada como uma ‘superlua’, de modo que diferentes instituições classificarão quais luas cheias são [uma superlua] e quais não são superluas de forma diferente”, acrescenta Anna Gammon-Ross, astrônoma do Greenwich.

FONTE: G1 NOTÍCIAS

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