Você já ouviu alguém falar que o trabalho, uma pessoa ou alguma situação específica está o deixando com os cabelos brancos? Pois então, essa desconfiança de muita gente tem embasamento científico. E foi um estudo brasileiro que chegou a esta conclusão.

Em parceria com cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, pesquisadores do grupo do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias da FAPESP/USP encontraram uma pista. Ratos de laboratório de pelugem preta ficaram com manchas brancas após serem submetidos à sensação de dor. Novos experimentos foram feitos simulando situações de estresse, e assim os cientistas conseguiram descrever esse mecanismo.

“Quando estamos à frente a um agente estressor, um estresse importante, nós percebemos um aumento do batimento cardíaco, nossa respiração fica mais ofegante, há um aumento na capacidade de correr; é aquele sistema nosso que chamamos de “luta e fuga”, e esse sistema controla, de alguma forma, células envolvidas na pigmentação do cabelo, no caso, na pigmentação dos pelos dos animais”, explica o pesquisador Thiago Mattar Cunha.

Além da ciência, a história também discute o assunto. Durante a Revolução Francesa, no final do século dezoito, a rainha Maria Antonieta teria tido um súbito embranquecimento dos cabelos ao saber que seria levada à guilhotina. A explicação mais plausível seria o estresse causado pela morte iminente.

Medicamento

A pesquisa pode dar origem a um medicamento que inibe o surgimento de fios brancos. Não impediria o processo natural, que vem com o passar do tempo ou por fatores genéticos, mas pelo menos evitaria o embranquecimento provocado pelo estresse.

Enquanto o remédio não chega, tem uma medida que você pode tomar desde já: enfrentar a causa do problema, ou seja, buscar uma vida menos estressante. Conviver numa boa com a chegada dos cabelos brancos também é uma opção interessante, já que cedo ou tarde, eles virão.