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Lana Bittencourt, cantora de voz intensa revelada em 1954, transcendeu a era do rádio e chegou até a MPB

A morte da artista carioca, aos 91 anos, joga luz sobre carreira que destacou gravações de ‘Se todos fossem iguais a você’ e do calypso ‘Little darlin’ ‘ na década de 1950.

 OBITUÁRIO – É impossível se referir a Irlan Figueiredo Passos (5 de fevereiro de 1932 – 28 de agosto de 2023) – a cantora carioca projetada nacionalmente na década de 1950 com o nome artístico de Lana Bittencourt – sem ressaltar a intensidade da voz dessa artista que morreu hoje, aos 91 anos, em hospital de Petrópolis (RJ), em decorrência de parada cardíaca e disfunção pulmonar.

Voz da era do rádio, Lana Bittencourt foi cantora de tons passionais. Uma intérprete over para o padrão cool da bossa nova, mas amada por um pequeno e fiel público justamente por conta dessa passionalidade do canto.

Lana Bittencourt debutou na carreira em 1954 pelas ondas da Rádio Tupi. No mesmo ano, iniciou a trajetória fonográfica, de início na pequena gravadora Todamérica, mas, a partir de 1955, na Columbia, companhia fonográfica de alcance multinacional.

Entre baiões, boleros e sambas-canção, a cantora conseguiu se destacar em 1956 com gravação de Se todos fossem iguais a você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes). Não foi a intérprete original da composição, mas ajudou a popularizar esse standard da música brasileira pré-bossa nova.

Tanto que Se todos fossem iguais a você abriu o álbum duplo Lana Bittencourt – A diva passional – Ao vivo (2013), produzido pelo pesquisador Rodrigo Faour, admirador extremado da intensidade do canto da artista.

Esse disco ao vivo foi lançado há dez anos, com takes de dois shows realizados entre novembro de 2010 e março de 2011, e se tornou o derradeiro título da discografia de Lana, que também fez grande sucesso com o registro do calypso Little darlin’ (Maurice Williams) em 1957, ano em que a cantora lançou o primeiro álbum, Lana Bittencourt, com duas músicas da parceria dos compositores Fernando César (1917 – 1992) e Nazareno de Brito (1925 – 1981), Esquecimento e Haja o que houver, no repertório sentimental.

Ainda em 1957, a cantora emplacou o baião Zezé (Humberto Teixeira e Caribé da Rocha). Outro titulo relevante da discografia de Lana é o álbum Exaltação ao samba, lançado em 1962 e posteriormente reeditado com o título Exaltação à Bahia.

Cantora poliglota, Lana Bittencourt gravou em vários idiomas enquanto esteve em evidência, até meados da década de 1960. Nos anos 1970, com o intuito de se dedicar à família, a cantora interrompeu a carreira, retomada em 1977.

Desde então, Lana passou a gravar discos de forma bastante espaçada, com intervalos grandes entre um álbum e outro. Os shows também começaram a ficar mais raros. Contudo, um séquito fiel nunca a perdeu de vista e admirava a habilidade da intérprete para atualizar o repertório.

Transcendendo a era do rádio, Lana também deu voz a compositores associados à MPB, como Gonzaguinha (1945 – 1991) e Ivan Lins, de quem costumava cantar Bilhete (1980), parceria de Ivan e Vitor Martins mais conhecida pela gravação feita por Fafá de Belém em 1982.

Para esse público, Lana Bittencourt voltou ao disco em 1998 com a edição de 20 super sucessos, álbum que, apesar da capa e do título típicos de coletânea, apresentou gravações inéditas na voz passional da cantora que hoje sai de cena.

Fonte: G1

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