Ele afirma que os supermercados pagam menos e devolvem a fruta quando a aparência não está perfeita, uma vez isso é importante para o consumidor. Já para fazer suco, as com defeitos também podem ser usadas.
E, mesmo com todos esses problemas, a demanda brasileira por laranja se mantém alta, o que ajuda a diminuir os estoques, ressalta Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).
Para o preço da laranja e do suco melhorarem no Brasil, é preciso aumentar a oferta mundial, para diminuir a competição pela fruta.
Para Serigati, a melhora dos estoques depende de como serão as próximas safras dos Estados Unidos. Isso porque, com a recuperação do país, teria mais laranja no mercado.
Contudo, o pesquisador lembra que a laranja é uma cultura permanente, ou seja, ela não é plantada a cada safra, mas são pomares fixos que dão frutos em ciclos. Com isso, a produção da fruta pode demorar mais para se recuperar.
Mas o Brasil também tem um papel importante nessa recuperação, aponta a pesquisadora do Cepea Geraldini. E a melhora do estoque vai depender do clima, se o país manterá altos níveis de vendas, impedindo o incremento dos estoques e se o “greening” continuará avançando.
“Única coisa que talvez a gente pode garantir é que não vai ser no ano que vem”, afirma.
Para ela, os Estados Unidos dificilmente voltarão a ter uma produção de grande relevância. Isso porque, há alguns anos, o país sofre com a queda da colheita, uma vez que o declínio acontece de forma contínua desde a safra 2018/19.