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‘Madame Teia’ se embola ao tentar ser um filme diferente do universo do Homem-Aranha; g1 já viu

Filme é sobre origem da personagem que surgiu em 1980 nas histórias do herói. Dakota Johnson, Sydney Sweeney, Celeste O’Connor e Isabela Merced são protagonistas interessantes.

Isabela Merced, Dakota Johnson, Sydney Sweeney e  Celeste O'Connor em 'Madame Web' — Foto: Divulgação

“Madame Teia” estreia nesta quarta-feira (14) em um momento inusitado para os filmes de super-heróis. Eles já tiveram dias melhores, para fãs e críticos. Por isso, é interessante que o longa se venda como algo diferente para atrair quem está cansado de ver o de sempre. Infelizmente, não é bem assim.

O projeto é criado pela Sony/Columbia Pictures, que já fez “Venom”, “Tempo de carnificina” e “Morbius”. Todos são do universo do Homem-Aranha, para surfar no sucesso do herói aracnídeo. “Madame Teia”, inspirado na personagem criada por Dennis O’Neil e John Romita Jr. em 1980, tem a vantagem de ser melhor do que os outros filmes, com um elenco mais interessante. Só que o resto não é tão interessante assim.

A trama é centrada em Cassandra Webb (Dakota Johnson), uma paramédica de Nova York. Após se acidentar em um salvamento, ela descobre o poder de prever o futuro.

Ao conhecer Julia Carpenter (Sydney Sweeney, de “Euphoria”), Mattie Franklin (Celeste O’Connor, de “Ghostbusters – Mais Além”) e Anya Corazón (Isabela Merced, de “Dora e a Cidade Perdida”), descobre que elas são alvo do misterioso Ezekiel Sims (Tahar Rahim, de “Napoleão”).

Cassandra decide, então, proteger as três garotas, mesmo contra a vontade delas. Ao mesmo tempo, ela procura descobrir as origens de seu passado e como isso pode estar relacionado aos seus dons e ao seu destino.

‘Premonição’ encontra ‘O Exterminador do Futuro’

Dakota Johnson interpreta a personagem-título de 'Madame Teia' — Foto: Divulgação

Dakota Johnson interpreta a personagem-título de ‘Madame Teia’ — Foto: Divulgação

Para tentar oferecer algo inovador nos filmes derivados do universo do Homem-Aranha, “Madame Teia” cria uma história com elementos da franquia “Premonição”: a protagonista sempre vê algo terrível e faz de tudo para evitar o inevitável.

Algumas dessas sequências, no início, até funcionam. Só que, à medida que o filme avança, o recurso começa a perder efeito e vira uma muleta desnecessária. O espectador mais atento vai perceber logo que determinados momentos da trama não são reais, mas manifestações do poder de Cassandra. A empolgação dimunui lá pelo meio da sessão.

Além disso, o roteiro assinado pela diretora SJ Clarkson, Matt Sazama e Burk Sharpless (dupla que escreveu “Morbius”) bebe na fonte de “O Exterminador do Futuro” para criar a motivação do vilão. A referência não funciona tão bem, além de descaracterizar a origem do personagem nos quadrinhos.

Cassandra (Dakota Johnson) tenta salvar Julia (Sydney Sweeney) em 'Madame Teia' — Foto: Divulgação

Cassandra (Dakota Johnson) tenta salvar Julia (Sydney Sweeney) em ‘Madame Teia’ — Foto: Divulgação

A suposta ameaça às protagonistas nunca parece tão perigosa assim. O roteiro também apresenta inconsistências, com diretio a “easter eggs” (mensagens escondidas para fãs) tímidos e pouco relevantes.

A direção de SJ Clarkson, em seu primeiro blockbuster após longa carreira na TV, faz o possível para deixar tudo mais instigante. A cineasta inglesa já dirigiu episódios de “Game of Thrones”, “Succession”, “Jessica Jones” e “Os Defensores”, entre outras séries. Com tanta experiência, ela tenta dar um ar de mistério convincente para a jornada de descoberta de Cassandra. O roteiro fraco, no entanto, não a ajuda muito.

Para piorar, os efeitos visuais estão abaixo do esperado para uma produção deste tamanho. Basta ver as cenas em que o vilão tem uma movimentação com a qualidade de um personagem de Playstation 2.

As quatro fantásticas

O bom elenco feminino se destaca mesmo com tantas falhas. Dakota Johnson defende bem sua personagem e convence como uma heroína involuntária. Ela tem uma boa química com as outras atrizes e consegue manter o interesse do público.

Sydney Sweeney em 'Madame Teia' — Foto: Divulgação

Sydney Sweeney em ‘Madame Teia’ — Foto: Divulgação

Sydney Sweeney mostra que é uma atriz de vários recursos dramáticos. Ela não se sai mal ao criar Julia como uma adolescente tímida e ingênua.

Além disso, desperta interesse nas cenas de ação e dá vontade de vê-la em um filme solo de sua super-heroína. Seu figurino heroico, aliás, está bem fiel ao dos quadrinhos, assim como de suas parceiras. Esse é mais um ponto positivo do filme.

Celeste O’Connor é outra que se destaca como a rebelde skatista Mattie Franklin. Ela contesta tudo e todos, servindo como um bom contraponto às outras moças. Isabela Merced, embora não se destaque tanto, não destoa negativamente. Ainda mais porque já provou em tantos outros filmes, como “Sicario: Dia do Soldado” (2018), ter mais potencial.

Outro nome importante do elenco é Emma Roberts. Ela interpreta Mary, personagem com grande importância para esse universo que está sendo criado. A sobrinha de Julia Roberts não aparece muito e ainda não tem grandes cenas.

Tahar Rahim interpreta o vilanesco Ezequiel Sims em 'Madame Teia' — Foto: Divulgação

Tahar Rahim interpreta o vilanesco Ezequiel Sims em ‘Madame Teia’ — Foto: Divulgação

Já entre os homens, o destaque vai para Adam Scott, o parceiro de Cassandra em seus salvamentos como paramédico e que pode ser relevante para futuros filmes (se eles ocorrerem).

O ponto negativo está em Tahar Rahim, que nunca consegue tornar o vilão de “Madame Teia” impactante. Em parte, o roteiro não o ajuda. Mas o ator não faz com que Ezequiel seja carismático ou ameaçador, tornando-o um antagonista qualquer nota.

Com elementos descaradamente copiados de filmes como “Doutor Estranho” ou “Highlander – O Guerreiro Imortal” (em especial no fim), “Madame Teia” pode até fazer sucesso e gerar sequências. Mas precisa melhorar.

O jeito é aguardar se “Kraven – O Caçador”, que deve estrear ainda em 2024, consegue romper a maldição de derivados pouco inspirados do universo do Homem-Aranha.

Fonte: G1

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