A parcela de jovens brasileiros que não estuda nem trabalha bateu recorde em 2020. As informações são da repórter Gabrielle Guimarães, da Rádio Bandeirantes.

Formada há dois anos, Nayara Ferreira perdeu o emprego em meio a pandemia. A publicitária de 26 anos costuma enviar cerca de 20 currículos por dia, mas até agora não foi chamada para fazer nenhuma entrevista.

Ela elenca as principais dificuldades enfrentadas para se reinserir no mercado. Nayara Ferreira faz parte do grupo de pessoas entre 20 e 24 anos chamado de nem-nem: não estudam nem trabalham.

Segundo um estudo da FGV Social, o porcentual de jovens nessa situação subiu de 28,6% no último trimestre de 2019 para 35,2% no segundo trimestre deste ano.

Trata-se do maior patamar já visto e o crescimento mais expressivo num intervalo de seis meses. O coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Neri, afirma que a pandemia influenciou no resultado, mas o problema não é de hoje.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Neri explicou que a falta de experiência mantém essa parcela da população em situação de desemprego.

O levantamento revelou ainda que a população entre 25 e 29 anos que não trabalha e nem estuda também cresceu. O porcentual passou de 25,5 para 33% no mesmo período.