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O Brasil ainda está longe de atingir a meta de universalização do saneamento básico para toda a população. Dados do Instituto Trata Brasil divulgados nesta quarta-feira (20) apontam que, entre as 100 cidades mais populosas do país, apenas três já cumpriram o objetivo: Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP).
Esses três municípios são os únicos, entre os 100, que em 2022 tinham ao menos 99% da população com acesso a água tratada e 90% com serviço de coleta e tratamento de esgoto, critério estabelecido pelo Novo Marco Legal do Saneamento, criado pela Lei 14.026, de 2020.
Com uma população de 409.657 habitantes, Maringá é a terceira maior cidade do Paraná, atrás de Londrina (555.965) e Curitiba (1.773.718), segundo dados do Censo 2022 do IBGE.
Campinas, com 1,1 milhão de habitantes, é a 3ª maior cidade paulista. São José do Rio Preto (SP), com 480 mil, a 10ª.
Do lado oposto, as cidades com piores indicadores foram Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Santarém (PA) (veja o ranking completo no início desta reportagem).
O ranking do saneamento, feito em parceria com GO Associados, analisa distribuição e coleta de água e esgoto, perdas na distribuição, investimento e melhorias realizadas. Os dados, de 2022, são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
O esgoto continua sendo grande desafio no país. Em relação ao levantamento realizado no ano passado, com dados de 2021, a coleta cresceu apenas 0,2 pontos percentuais no Brasil, passando de 55,8% para 56%. O tratamento de esgoto também teve aumento tímido: de 51,2% para 52,2% no mesmo período.
O Novo Marco Legal do Saneamento Básico estipula que a universalização dos serviços (99% da população com acesso a água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto) seja alcançada até 2033.
Na avaliação do Trata Brasil, para alcançar essa meta, será preciso dobrar o investimento na área.
“Nas localidades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde os indicadores são muito ruins, esse investimento teria de ser muito maior. A gente está falando de virar um canteiro de obras para que essa universalização seja atingida. De perspectiva futura, pegar os 20 piores colocados do ranking, é muito difícil pensar que eles vão conseguir atingir a universalização no prazo estipulado, se eles não correrem para ontem”, diz Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.
Água encanada — Foto: Giuliano Gomes/PR Press
As 20 cidades mais bem colocadas no ranking do saneamento divulgado nesta quarta pelo Instituto Trata Brasil são:
As 20 cidades mais mal colocadas no ranking de saneamento são:
Luana Pretto aponta que há uma correlação direta entre as melhores colocações no ranking e a quantia de verba investida na área de saneamento.
“Não existe um modelo de gestão específico [nas melhores cidades]. Tem concessionária, empresa pública, autarquia […] Mas quem menos investe não consegue subir posição no ranking. Se a gente pegar ali os 20 melhores e os 20 piores, a média de investimento dos 20 piores é de R$ 73 por ano por habitante. A média dos 20 melhores, que já estão quase universalizados ou muito próximos disso, é de R$ 201”, diz.
O Trata Brasil destaca a melhora do município de Aparecida de Goiânia (GO), que saiu da 85ª colocação na edição de 2015, chegando à 18ª colocação no ranking de 2024.
Entre os municípios com maior variação positiva em relação ao levantamento anterior — com dados de 2021 — está Praia Grande, que subiu 22 posições e a que teve o maior valor de investimento por habitante em saneamento — R$ 693,01.
Já Paulista (PE) e Cuiabá (MT) foram as cidades com maior variação negativa entre os rankings de 2023 e 2024. Paulista passou da 64ª para a 83ª colocação (variação de 19 posições), e Cuiabá caiu da 32ª posição para a 50ª (18 posições).
Veja outros destaques do estudo:
Fonte: G1